terça-feira, 3 de julho de 2012

ia chorar pitangas, mas daí pensei: por que a gente não faz um omelete com essas sobras?

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

december

Andava pelas ruas de Cuiabá como quem nada perdeu, mas procura.

sábado, 4 de setembro de 2010

Paulista na casa de titia

Pequei,
era domingo. Dia sagrado.
Na mesa toda a familia,
ou arroz, ou escaldado.
Não comi nenhum dos dois,
Não gostei do que vi.
Tudo isso por causa,
do cheiro do,
Pequi.

sábado, 26 de junho de 2010

Do céu de São Paulo cai a garoa;
Do céu de São Joaquim cai a neve;
Do céu de Cuiabá caem as cinzas...

terça-feira

1

passos largos, passos largos, passos largos

passos largos, passos largos, passos largos

passos largos, passos largos, passos largos

passos largos, passos largos, passos largos


cuyaba nunca teve tanta pressa


passos largos, passos largos, passos largos

passos largos, passos largos, passos largos

passos largos, passos largos, passos largos

passos largos, passos largos, passos largos


os carros corriam

as buzinas cantavam

o asfalto pegava fogo na Floriano Peixoto

as sombras das bandeirolas a faziam tropeçar


passos largos, passos largos, passos largos

passos largos, passos largos, passos largos

passos largos, passos largos, passos largos

passos largos, passos largos, passos largos


até que

atravessou a avenida

“era uma dessas tardes meio malucas [...], e a gente se sentia como se estivesse desaparecendo toda vez que atravessava uma estrada.”

as bandeirolas verdes, azuis e amarelas (talvez o verde fosse o resultado da dança)

gemiam ao sopro do vento que cortou por um instante as chamas do sol.

o frescor lhe limpou as gotas de suor


era dia de jogo do Brasil – lembrou

e por esse motivo não era para ela estar lá, a caminho do estágio.


passos vagos, passos vagos, passos vagos

passos vagos, passos vagos, passos vagos

passos vagos, passos vagos, passos vagos

passos vagos, passos vagos, passos vagos


sem perceber parou na avenida para degustar a sua idiotice,

mas os carros não.


as folhas das árvores caiam em meio ao vento como confetes.

ela aproveitou que o dia estava vago

e o vento a favor

para também voar


o mundo aos berros comemorava a nova cor no asfalto


a felicidade infinita


(de 5 segundos.)

terça-feira, 1 de junho de 2010

Getúlio Vargas domingo à noite, lugar onde se podem encontrar pessoas bonitas e douradas, ou não. Onde é possível escutar o CD inteiro dos Los Hermanos apenas ao subir da avenida. Tantos carros e musicas em um só lugar...

Mas ao meio dia, antes de toda essa agitação, vou almoçar. Passo pelo Getulio Loft e em frente se encontra duas Ferraris estacionadas, uma vermelha e outra amarela, e outros carros que nem sei muito bem os nomes. Me pego perguntando a Deus, porque eu não nasci rica, assim não precisaria atravessar a cidade para estudar em uma biblioteca em pleno domingo. Porque aquelas pessoas estavam tão felizes, todas de óculos de sol cabelos lisos e pele muito bem cuidadas. Esbanjando um sorriso que atravessava seu rosto de uma orelha a outra. Falavam sobre festas e o quanto lucraram com as vendas este mês.

O Restaurante Avenida estava fechado, sempre como lá porque o tio é super gente fina e dá desconto para quem é aluno onde estudo. Acabou me restando o Subway, sempre tive vontade de comer e até trabalhar lá que funciona 24 horas, imagine só você ver a cidade dormir e acordar todos os dias, que nostalgia, mas depois que vi como aquelas pessoas trabalham sempre repetindo as mesmas frases, com um sorriso forçado, apenas buscando ser o funcionário do mês, então desisti.

Pedi o Barato do dia, sentei-me olhando para a rua, vendo as pessoas passarem. Até que uma jovem loira sai de seu carro com uma amiga e entra no estabelecimento. Escolhe um sanduíche para levar e quando estava chegando perto do carro um rapaz que aparentava ter uns 40 anos, mas com certeza não passava da casa dos 25 começou a se aproximar dela. Pensei que fosse assaltá-la ou pedir dinheiro, mas não disse mais que três palavras. Ela deu de ombros entrou no automóvel e saiu rapidamente.

Então ele começou revirar o lixo, retirava os copos de plásticos, um por um, e colocava-os na calçada. Então tirou a tampa e bebeu o pouco do refrigerante que restava. E assim foi com cada um, tirando a tampa, analisando o conteúdo, bebendo, bebendo, bebendo. Às vezes encontrava um pedaço do Barato do dia, que para ele custa caro.

Não conseguia parar de olhar, naquele momento já passado em minha cabeça que ele fosse ladrão, mendigo, flanelinha, catador de lixo, mas não meu Deus, era um homem.